Nubank vai passar da venda de bitcoins para criptomoeda própria
Banco digital vem trabalhando para lançar uma criptomoeda proprietária até 2023
17 de agosto de 2022
Nubank vai passar da venda de bitcoins para criptomoeda própria. O Nubank quer desbravar de vez o universo dos criptoativos. Depois de abrir plataforma para compra e venda de bitcoins e ethereum, o Nubank Cripto, o banco digital se prepara para lançar a própria moeda digital.
De acordo com fontes da área de tecnologia do Nubank, o banco digital vem trabalhando para lançar uma criptomoeda proprietária até 2023. Questionado sobre o novo modelo de investimento, o banco disse que não comentaria.
Para viabilizar o projeto, o Nubank destacou uma equipe de tecnologia para desenvolver a moeda digital. Em maio deste ano, a companhia havia anunciado uma parceria com a startup Paxos Trust, de blockchain, para viabilizar o serviço de compra e venda de criptomoedas no seu aplicativo de celular.
Segundo informou o banco em comunicado da época, menos de um mês após o lançamento a plataforma de negociação de criptos havia atingido a marca de 1 milhão de clientes.
No radar
A movimentação do banco em torno de uma moeda própria ocorre em meio ao aumento do interesse dos bancos tradicionais em oferecer modalidades de investimentos de maior risco. Nas últimas semanas, o Santander anunciou a liberação de criptomoedas aos clientes. Já o Itaú disse que estuda a possibilidade de ter criptoativos na sua carteira.
Na segunda-feira, 15, duas plataformas foram lançadas: a Xtage, da XP, e a Mynt, do BTG Pactual. Nomes como PicPay e Mercado Pago também têm investido em ações dentro do mercado de criptoativos. Nenhuma dessas instituições, porém, tem sua própria moeda digital.
‘Nucoin’
Segundo Ayron Ferreira, analista-chefe de ativos digitais da Titanium Asset, o sucesso de uma nova moeda no mercado de cripto dependerá de como a companhia vai desenvolver o modelo de negócio, garantindo que ele seja simples aos olhos do cliente. “Uma nova moeda precisa ter usabilidade, para mostrar que não é apenas um objeto de especulação.”
Outro ponto importante, segundo Ferreira, é a descentralização. Ele explica que uma moeda que tenha seu poder de venda majoritariamente centralizado nas mãos de uma única empresa pode gerar desconfiança. “Um dos principais atrativos do bitcoin e da ethereum é, justamente, o fato de ambas as moedas estarem descentralizadas.”
Apesar dos desafios, o analista pontua que a ligação do banco com um público jovem e mais disposto a investir em ativos digitais pode ser um diferencial na hora de lançar sua criptomoeda. “O Nubank tem dinheiro suficiente para desenvolver esse projeto, tem uma estratégia de marketing interessante e também uma proximidade com o público mais jovem”, avalia.