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Decanter: quando, por que e como usar?

Papo de Vinho, por Natália Gaion: Espumantes x Frisantes: você sabe a diferença?

11 de agosto de 2022

As temperaturas estão voltando a subir… hora de começar a preencher a adega com vinhos mais refrescantes, não é verdade? Mas antes de qualquer coisa é sempre bom ter na ponta da língua termos básicos, como por exemplo, qual é a diferença entre os vinhos espumantes e os frisantes. Você sabe?

A palavra francesa perlage é utilizada para definir as borbulhas de gás carbônico presentes nos vinhos e essa é uma característica aparente em dois tipos: os espumantes e os frisantes. Mas para entender a diferença entre esses vinhos efervescentes é necessário antes falarmos sobre seus processos de elaboração e os diferentes métodos que dão origem às borbulhas, ou melhor, ao perlage.

Espumantes x Frisantes: você sabe a diferença?

O vinho é resultado da fermentação alcóolica, na qual as leveduras transformam o açúcar do suco da uva (do mosto) em álcool e gás carbônico. Nesse primeiro processo o gás carbônico é liberado e se tem o vinho de base. Porém, um vinho efervescente precisa ter gás carbônico, ele é o responsável pelas borbulhas, e é partir desse ponto que as diferenças aparecem.

Para a produção de espumantes, o vinho de base passará por uma segunda fermentação. Essa fermentação pode acontecer dentro da garrafa (Método Champenoise ou também chamado de Método Tradicional) ou pode ocorrer em tanques de aço inox (Método Charmat). Esses métodos retêm em alto nível a pressão das borbulhas. No entanto, existe outra maneira de se produzir um espumante: o Método Asti. Nesse caso a segunda fermentação não acontece. Lá na primeira etapa, ao invés de liberar o gás carbônico ele é mantido. Os frisantes, em sua maioria, são elaborados pelo método Asti.

Sabendo disso, há que se lembrar em conta também que a diferença entre espumantes e frisantes não está somente no método de produção, mas na quantidade de borbulhas. Ou seja, frisante e espumante diferenciam-se pela quantidade de pressão interna na garrafa: um espumante deve ter no mínimo 4 atmosferas de pressão, já o frisante deve ter no máximo 2 atm. E, conforme a legislação para frisantes, esse gás também pode ser adicionado ao vinho depois de pronto (artificialmente).

Agora você não tem mais desculpas para ficar em dúvida na hora de escolher entre um vinho espumante e um frisante! Mesmo ambos tendo o perlage como característica marcante, eles vão ter variações diferentes.

Sobre Natália Gaion

Natural De São José dos Campos (SP), Natália Gaion foi criada em Porto Alegre (RS). Jornalista experiente, em 2017 se tornou sommelière profissional certificada pela Associação Brasileira de Sommeliers do Rio Grande do Sul (ABS/RS) e Association de la Sommellerie Internationale (ASI). Há quase quatro anos, vive em João Pessoa. É educadora de vinhos e professora no Senac-PB e também sommèliere da B&A Distribuidora. Na sua carreira acumula experiências em consultorias, capacitações e treinamentos. Natália também já conheceu um bocado de vinhedos e vinícolas pelo mundo. Seu Instagram é @somm.nataliagaion.