
Motoristas de ônibus de JP rejeitam proposta e greve continua; nova audiência será na quarta-feira
Categoria exige reajuste salarial de 15%, enquanto empresas oferecem 5%; população enfrenta transtornos com frota reduzida.
27 de janeiro de 2025
Os motoristas de ônibus de João Pessoa recusaram, na manhã desta segunda-feira (27), a proposta de conciliação apresentada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP) durante audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região (TRT-13). A categoria reivindica um reajuste salarial de 15%, enquanto a proposta das empresas foi de 5%. A Justiça do Trabalho sugeriu um aumento de 6%, além de um vale-alimentação de R$ 570 e um adicional de R$ 150 para motoristas que também exercem a função de cobrador, mas a proposta foi rejeitada pelo Sintur-JP.
De acordo com o presidente do Sintur-JP, Isaac Júnior, a postura do Sindicato dos Motoristas demonstra “desprezo e desrespeito à Justiça”, uma vez que a categoria não permitiu a circulação de 60% da frota, conforme determinado pela desembargadora Herminegilda Leite Machado, vice-presidente do TRT-13. “Infelizmente lamentamos o fato de não chegarmos a um acordo entre as partes. E lamentamos mais ainda o fato de que, em uma atitude de desprezo e desrespeito à decisão da Justiça, o Sindicato dos Motoristas não permitiu que 60% da frota entrasse em operação”, afirmou Isaac.
Na terça-feira (21), uma primeira tentativa de conciliação entre motoristas e Sintur-JP também não resultou em acordo. As empresas haviam oferecido um aumento de 3%, o que levou à deflagração da greve iniciada na manhã desta segunda-feira. Além do reajuste salarial, os motoristas reivindicam a retomada do vale-alimentação suspenso desde 2019, o fim da dupla jornada de trabalho e benefícios como plano de saúde e plano odontológico. Entre as principais demandas da categoria estão um reajuste de 15% no piso salarial, um aumento de 81% no vale-alimentação e uma elevação de 150% na gratificação. Os trabalhadores também alegam que o recente reajuste da tarifa de ônibus, que passou de R$ 4,90 para R$ 5,20 em 13 de janeiro, não foi acompanhado de melhorias salariais.
Durante a greve, a circulação dos ônibus foi reduzida, gerando superlotação nas paradas e transtornos para a população. Apesar da determinação judicial de que 60% da frota, correspondente a 420 veículos, deveria estar em operação, Isaac Júnior afirmou que a saída dos ônibus estava sendo bloqueada nas garagens e acusou os motoristas de descumprirem a decisão. “Infelizmente, em flagrante desrespeito à determinação judicial, o sindicato dos motoristas bloqueou e obstruiu completamente as portas das garagens, impedindo a saída dos ônibus. A população está absolutamente desassistida de transporte coletivo”, declarou o presidente do Sintur-JP.
Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Motoristas, Rone Nunes, afirmou que a categoria está insatisfeita e que os veículos estão saindo das garagens gradualmente. Por volta das 7h50, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP) informou que os ônibus começaram a circular.
Uma nova audiência de instrução e julgamento foi agendada para quarta-feira (29), no TRT-13, com o objetivo de buscar uma solução para o impasse entre motoristas e empresas de transporte coletivo.
Fonte: Redação