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Foto: Freepik

Economia Criativa: superando desafios do século XXI e o papel da criatividade e ação coletiva

Regina Amorim fala sobre como aprender com o passado coletivo pode nos ajudar a enfrentar os desafios do presente e moldar um futuro sustentável e justo

21 de janeiro de 2025

Muitas pessoas já se preocupam com o futuro da humanidade e as possibilidades de enfrentar e superar os desafios mais urgentes deste século, tais como, a redução das desigualdades sociais, a mudança de hábitos de consumo, a sustentabilidade do planeta.

E como podemos aprender com o passado coletivo para superar os desafios do presente e do futuro da humanidade? Conhecer o passado é um dos caminhos para estimular a nossa criatividade e promover as mudanças necessárias. É favorecer as políticas ambientais, sociais e culturais, com legislações adequadas e sem burocracia, que funcionem como um meio e não apenas como um obstáculo, diante de tantas exigências desnecessárias, que inviabilizam o exercício da cidadania.

Para gerar comprometimento coletivo da sociedade, principalmente de políticos, legisladores, educadores, empreendedores e outros cidadãos, é necessário fazer escolhas assertivas para que os benefícios não sejam apenas individuais, mas coletivos, inovadores e efetivos. É necessário potencializar a capacidade humana de colaboração e ação coletiva, para influenciar e priorizar as agendas públicas. São poucos os cidadãos e políticos, que se preocupam com a ação climática, a redução da emissão de (CO2) e a resistência das elites econômicas, diante das mudanças necessárias, para superar a dependência de combustíveis fósseis.

Para compreender como ideias criativas e originais de empreendedores podem provocar mudanças, torna-se necessário conhecer suas histórias provocativas e reveladoras, ampliando a nossa visão sobre a capacidade de produzir inovações adequadas para o futuro.
O atual estado das coisas e a falta de compromisso com a sobrevivência do planeta, não pode perdurar por muito tempo. Segundo estudos, não há evidências de que protestos reduzam o apoio às políticas climáticas. Pelo contrário, o número de pessoas dispostas a protestar vem aumentando, com o apoio de figuras públicas importantes e reconhecidas mundialmente, principalmente líderes esportivos.

Se ninguém questionar as leis e os processos vigentes, provavelmente muitos dos direitos humanos não estarão garantidos e nem a democracia cumpre a sua significância e vitalidade. O movimento climático global requer engajamentos dos cidadãos, ativistas ambientais e políticos.

Em 2050, mais de dois terços da população mundial viverá nas cidades. Com isso quero refletir sobre a necessidade de governos e planejadores, criarem condições favoráveis aos relacionamentos humanos e promoverem a união, diante da diversidade social e cultural, com tolerância a pessoas de outras etnias e religiões.

A história tem nos ensinado como a sociedade pode encontrar maneiras de superar suas diferenças, criar cidades do futuro, prosperar e fomentar os relacionamentos humanos. Precisamos nos libertar da cultura do consumo que é incompatível para a sobrevivência do planeta.

Precisamos olhar para muitas culturas indígenas, a fim de aprender a não usarmos mais recursos do que a Mãe Terra pode regenerar naturalmente e não criarmos mais lixo do que ela pode absorver. Fazer turismo em terras indígenas representa um aprendizado inestimável, mas nem sempre reconhecido pelos protagonistas da atividade turística e pela maioria dos turistas.

EMBRATUR e SEBRAE Nacional sabem reconhecer e selecionar os roteiros turísticos, a exemplo, Terra dos Potiguara, em municípios paraibanos e Encantos do Rio Paraíba, de comunidade ribeirinha, ao oferecer experiências incríveis de um turismo criativo e regenerativo, que atende a demanda do mercado internacional.

Em uma sociedade impulsionada pelo consumo, também há os defensores da vida simples, guiados por ideais maiores relacionados as suas identidades, crenças, a justiça social e a gestão ambiental. Trata-se de uma troca existencial “de ser em vez de ter”.

Será possível manter a cultura do consumo sob controle e criar sociedades urbanas ecologicamente corretas? Modificar hábitos de consumo é levar a comunidade a enxergar a simplicidade como o mais alto nível de sofisticação. A simplicidade é o oposto da complexidade, e consiste em deixar de lado o que não é relevante e manter apenas o que é significativo, para o futuro da humanidade.

Regina Amorim

Foto: Linkedin

Sobre Regina Amorim

É gestora de Turismo e Economia Criativa do Sebrae/PB. Formada em Economia pela UFPB, 1980, com Especialização em Gestão e Marketing do Turismo pela UNB – Universidade de Brasília e com Mestrado em Visão Territorial para o Desenvolvimento Sustentável, pela Universidade de Valência – Espanha e Universidade Corporativa SEBRAE.

 

Fonte: Regina Amorim