Cesta Básica consome mais da metade do novo salário mínimo em janeiro
A alta no custo da cesta básica, que representa 56% do salário mínimo, reflete o impacto da inflação e a mudança no poder de compra dos brasileiros
6 de janeiro de 2025
A nova cesta básica, composta pelos alimentos essenciais para uma família brasileira, já representa mais da metade do valor do novo salário mínimo, que passou para R$ 1.518 desde 1º de janeiro deste ano. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo médio do grupo de alimentos deve atingir R$ 850 em janeiro, o que equivale a 56% do valor do salário mínimo.
Com esse valor, é possível adquirir 1,79 cesta básica, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, que analisa os preços em 17 capitais todo mês. Este é o maior índice desde 2020.
Comparando com janeiro de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412 e a cesta básica custava R$ 793,39, o poder de compra do salário mínimo era equivalente a 1,78 cesta.
A cesta básica, composta por 13 itens essenciais definidos em decreto desde 1938, inclui alimentos como carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes, pão, café, frutas, açúcar, óleo e manteiga, variando a quantidade conforme a região.
Devido à alta inflação no final de 2024, todas as capitais pesquisadas apresentaram aumento nos preços da cesta básica, com variações entre 1,85% em Porto Alegre e 10,72% em Campo Grande, segundo o Dieese.
Em relação ao reajuste do salário mínimo, houve um aumento de R$ 106, passando de R$ 1.412 para R$ 1.518, representando um reajuste de 7,5%, sendo 2,5% acima da inflação. Esse aumento é baseado na inflação de 4,84%, calculada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, com um adicional de 2,5% determinado pela nova política de valorização do salário mínimo.
O Dieese estima que o salário mínimo é a principal fonte de renda para 59,9 milhões de trabalhadores e impacta diretamente benefícios como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego, abono salarial PIS/Pasep e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Cada aumento de R$ 1 no salário mínimo resulta em um impacto de R$ 365,9 milhões anuais sobre a folha de benefícios da Previdência Social.
Em novembro, o Dieese estimou que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas seria de R$ 6.959,31, ou 4,93 vezes o valor do salário mínimo de R$ 1.412.
Fonte: Redação